sexta-feira, 16 de setembro de 2011



É tão estranho ter algo pra fugir de tudo e, de repente, precisar principalmente fugir desse algo. E daí, se vai pra onde?



TB

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Meu pai...


Hoje, lá estava eu, lendo.. Lendo um livro que fala sobre amor, sobre morte e sobre a vida que segue como se nada tivesse acontecido, que finge estar tudo normal. Eu bem sei que não precisava ler nada sobre isso pra entender aquilo que a menina do livro sentia, mas foi quase um amor a primeira vista pelo livro, e infelizmente só por ele.
Mas vim pra falar de outra coisa, vim pra falar que enquanto eu me perdia dentro do meu livro, entre uma lombada e outra, eu podia ver o sorriso de uma garotinha deitada no braço do pai.
E a figura daquele pai remeteu tanto ao meu...
Era um pai, que via-se que a vista fez enrijecer, mas que com aquela menininha ele seria sempre o pai coruja que Deus o ensinou a ser no dia que viu o sorriso daquela menina pela primeira vez.
Ao mesmo tempo que ele fazia carinho nas costas dela, ele dava tapinhas. Meu pai também fazia isso, alias, continua fazendo. Ele adora me abraçar, mas ele parece que quer me mostrar que a vida é mais do que abraços. Que as vezes os tapinhas vem junto. Parece querer dizer: eu estou aqui, mas não sei por quanto tempo, você tem que aprender a entender tudo que acontecer, ou não, você tem que aceitar o que acontecer, e principalmente quando vem de alguém que nos ama tanto. Nada nessa vida é em vão. Só que as vezes a gente não vê bem o porquê, mas ele existe.
É um pai que me ensinou tudo, tudo que eu sei. Que foi duro quando precisou para que eu entendesse que até quem mais te ama precisa ser duro as vezes pra mostrar que a vida não será fácil. Que me ensinou que antes de qualquer ambição, qualquer desejo, qualquer vontade, eu devo ter caráter, eu devo tomar uma posição e mantê-la. Que me ensinou que antes de algo acontecer, você deve esperar, você pensar nas possibilidades e como reagirá a elas. Que me ensinou que eu não preciso ser sempre cem por cento demosntração de amor, mas que eu preciso amar cem por cento.
Mas que principlamente me ensinou que nada que aconteça poderá me destruir, me derrubar, que há sempre um motivo pra lutar. O meu, há 9 anos foi ele. E a cada dia que eu levanto, continua sendo ele. Tenho certeza que eu sou o dele e agradeço todo dia por cuidar tão de perto de mim. Por me fazer entender que mesmo que eu não veja o porquê Dele ter levado minha mãe, eu tenho porque continuar, porque ele tirou minha mãe, mas muito antes planejou tudo e me deu o melhor pai do mundo.
Que eu encontre um pai como o meu para meus filhos.
Que ele ensine só com um olhar, que ele seja firme, mas que ele continue me ensinando a amar e amar do jeito que eu amo.
Porque mesmo quando o colo dela me faz falta, o abraço dele está comigo. Aparentemente rude, bravo, mas o mais acolhedor de todos e o que ensina a ser a mulher que minha mãe foi pra ele.
Que eu consiga ser como ela e ainda melhor do que aquilo que ele espera que eu seja.

Escrevo sempre sobre a falta que ela me faz, mas poucas vezes paro para tentar demonstrar a quietude que a presença dele me traz.