"Quando ele sorri desarmado, eu sei que é daquele sorriso
que minha alma precisava. Ele consegue tudo de mim. Consegue até o que
ninguém nunca conseguiu: me deixar leve. Eu quero parar com tudo isso,
ele é um menino que não pode acompanhar minha louca linha de raciocínio
meio poeta, meio neurótica, meio madura. Eu quero colocar um fim neste
tormento de desejar tanto quem ainda tem tanto para desejar por aí. E aí
eu me pergunto: pra quê? Se está tão bom, se é tão simples. Ele me
ensinou que a vida pode ser simples, e tão boa. E ama-lo não é fácil, é
quase o anti-amor. É muito quase como se ele nem existisse, porque só o
homem perfeito mereceria tanto sentimento. E eu o anulo o tempo todo
dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto ele falha, o quanto ele
fraqueja, o quanto ele se engana. E fazendo isso, eu só consigo amá-lo
mais ainda. E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo.
E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão
tortas, não teriam se cruzado. E eu cansei dessa gente que me olha de
canto de olho. Como se eu fosse louca por gostar de alguém assim, louca
por gostar assim da vida."
— Tati Bernardi
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