terça-feira, 29 de maio de 2012


Rodei tanto… Foram alguns vários, deixei de contar depois do décimo. Uns mais altos, outros mais magros. Os melhores eram aqueles que tocavam guitarra ou violão, que cantaram no meu ouvido e me tiraram para dançar madrugadas afora, que definitivamente me ganharam com “solos de guitarra”. Mas esses também passaram, ainda que tenham sido os que mais lembro e guardo - sim, minha frieza os guarda. Nunca soube o que fazer com eles, como mandar embora ou avisar que o tempo da mini-história estava acabando. Eles sabiam menos ainda o que fazer comigo. Não sabiam se eu gostava que ficassem para o outro dia, se gostava das ligações ou dos convites para um café ou uma bebida mais tarde. Eles nunca sabiam se me ofereciam uma vodka ou uma água. Arriscavam a vodka, mas eu sou da água. Não sabiam se eu queria apenas o casaco ou o abraço inteiro, se olhava para dizer adeus ou para me reapaixonar.
Tu não cantas, não com a afinação dos outros. Tu me deixas nas dúvidas das ligações e dos casacos ou abraços. Tu preferes a vodka, o ardente. Tu desvias o olhar e deixas o meu perdido querendo se desapaixonar. Tu vens e não és como eles. Eles são “você”, tu eu já disse: és “tu”. Pessoas diferentes no meu texto confuso. Tu me fazes entrar para o teu hall de “eles”, ou qualquer outra coisa que possamos adaptar.
Foram muitos, mas ainda falta tu. Eu queria parar de rodar.
— Camila Costa.

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