segunda-feira, 20 de junho de 2011

De volta


"Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?" CFA

Por tanto tempo essa frase ficava batendo na minha cabeça, martelando, incomodando, não me deixando dormir. Por tantos dias, mas principalmente noites eu ficava tentando entender o que era você pra mim.
Eu tentei exaustivamente fazer parte da sua vida, eu quis muito isso, mas ai o tempo passou, você mudou, eu mudei e a gente se arranjou como achava melhor.
Mas a vida nos desarranjou de novo.
E agora?
O que é isso que sinto toda vez que penso em você?
Claro que não é nem um terço daquela loucura toda, não me derruba mais, não me tira do chão, mas ainda movimenta algo aqui dentro de mim?
Por que a gente não deixou tudo muito bem resolvido antes de partir pra outras escolhas, outras vidas? Por que a gente nunca quis resolver isso? Será que a gente tinha jeito? Será que a gente não queria dar um jeito? Será que não é hora desse jeito? Será que só eu penso nisso? Será que esse incômodo que vejo em seus olhos tem outro motivo? Será?
É a dúvida que perturba.
Será que eu ainda não consegui deixar de ver? Ou será que aprendi coisas novas pra ver? Ou será que o orgulho me faz querer ver de novo?
Quis tanto falar pra você ouvir, tentei tantas vezes, fiz planos, te liguei, tentei, não falei, escutei, chorei, rezei, pedi, neguei, e no fim cá estou eu aqui outra vez pensando em tudo que eu podia ter dito. Mas talvez tenha sido melhor não ter dito.
Talvez a nossa magia esteja no Não Dizer... ou Não Ter o que Dizer.

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